domingo, 23 de agosto de 2009

MUDANÇA DE HÁBITO

Hoje quero falar de uma coisa muito falada, muito noticiada, mas pouco realizada: a mudança de hábito. Antes de iniciar um projeto de educação ambiental em um local, é preciso encaixar no planejamento uma maneira de pesquisar os hábitos desse público. Esse detalhe é fundamental para que depois de um tempo seja possível analisar se as propostas do projeto surtiram o resultado que era esperado.
Mas... será que fazemos a nossa mudança antes de propor isso aos outros?

Eu fiz uma lista uns anos atrás, é essa que vou postar hoje. Com base em um site, o AKATU , listei bons hábitos e hábitos que precisava melhorar. O bom é que percebi que o que fazia de bom já era o dobro do que poderia melhorar. Isso me motivou a procurar melhorar a cada dia mais, mudar coisas que no final são hábitos cultivados durante muito tempo, que são difíceis de mudar, mas não são impossíveis.

Meus bons hábitos
1-Tomar banhos curtos

2-Fechar a torneira ao escovar os dentes
3-Doar roupas, sapatos e acessórios quando comprar algo novo
4-Sempre que possível dispensar o uso de descartáveis
5-Sempre apagar a luz ao sair dos ambientes
6-Comprar peças em brechós
7-Comprar livros em sebos
8-Utilizar o máximo possível a luz do sol para iluminar os ambientes
9-Aproveitar bem os alimentos frescos incluindo sempre que possível casca, talo e folhas
10-Comer carne no máximo uma vez por semana
11-Usar a vassoura e balde ao invés de mangueira
12-Utilizar folha de papel imprimindo dos dois lados
13-Evitar mercadorias com muitas embalagens
14-Reaproveitar alimentos transformando-os em sopas, caldos ou bolinhos
15-Separar corretamente o lixo para reciclagem
16-Usar a água da lavagem de roupa para lavar o quintal
17-Lavar roupa aproveitando a carga máxima da máquina
18-Passar a roupa uma vez por semana


O que preciso melhorar
1-Usar menos papel toalha e guardanapo de papel
2-Fazer revisão do carro para garantir menor poluição ao ar
3-Preferir embalagens retornáveis
4-Abrir menos a geladeira e o freezer
5-Consumir menos alimentos industrializados e mais alimentos orgânicos
6-Trocar o restante das lâmpadas da casa de incandescentes por fluorescente
7-Utilizar menos o carro, andar a pé
8-Usar menos o ar condicionado do carro
9-Usar menos produtos de limpeza

Então, hoje venho fazer uma proposta: Vamos analisar os nossos hábitos, o que já fazemos de bom e o que podemos, de fato, melhorar? Eu já venci até minha mania por sapatos (que achava impossível), há seis meses que não compro nem um chinelinho,rs!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RELENDO E REFLETINDO


Estive em casa lendo bastante nestes dias frios de Sampa, aliás, frio que não tem fim... A parte boa é que eu acabei relendo várias coisas bacanas, em especial um texto que me inspirou muito e agora divido com vocês.
A referência está no rodapé, é um bom livro para se ter em casa. Eu transcrevi uma pequena parte dele que sintetiza o que sempre falo a respeito da nossa responsabilidade ao passar mensagens sobre Meio Ambiente. Boa leitura!

“Tradicionalmente, o Meio Ambiente é percebido pela sociedade em função de duas grandes vertentes, a saber:
1) O ambiental visto somente como problema, acompanhado de uma percepção de controle, fiscalização ou proibição.
2) O ambiental percebido simplesmente como reflexo das belezas naturais dos Parques Nacionais e outras paisagens, cenários de certa forma idílicos e bucólicos, que são sentidos pela população como realidades inacessíveis e inatingíveis, distantes da vida cotidiana da maior parte dos sujeitos sociais.
As propostas de Educação Ambiental pretendem aproximar a realidade ambiental das pessoas, conseguir que elas passem a perceber o ambiente como algo próximo e importante nas suas vidas; é verificar ainda, que cada um tem um importante papel a cumprir na preservação e transformação do ambiente em que vivem. Levá-las a compreender que o futuro, como construção coletiva, depende das decisões políticas e econômicas que sejam definidas hoje, e que irão interferir nas possibilidades de decisão de novos modelos de desenvolvimento, capazes de conciliar a justiça social e o equilíbrio ecológico...” .

E ela complementa “não se deve esquecer que os processos de formação pretendidos se realizam num entorno de crises generalizadas em todos os aspectos e, especialmente, no marco de uma crise aprofundada nos valores humanos em todo mundo, acompanhada de uma exacerbação do egoísmo e de uma forte sensibilidade diante da pobreza e do sofrimento do “outro” que não é nosso “próximo”, mas converteu-se num potencial inimigo ou concorrente.”
[1]

Então, pensemos sempre em propostas de Educação Ambiental que aproximem a realidade ambiental das pessoas, para que elas passem a perceber o “ambiente” como algo próximo e importante em suas vidas e também da sua responsabilidade no papel da preservação e transformação do ambiente em que vivem.
E se puderem, leiam o texto na íntegra (só está disponível no livro mesmo). Até a próxima!


[1] Medina, Naná Mininni. Os desafios da formação de formadores para a educação ambiental. In: Phlippi Jr., A e Pelicioni, M. C. F. (Orgs.). Educação Ambiental: Desenvolvimento de cursos e projetos. 2a. Edição, São Paulo, Signus, 9-10p., 2002.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NÃO FAÇA ISSO, VOCÊ VAI MATAR O PLANETA


Na verdade, esse título é uma brincadeira... pelo menos para mim. Mas não é o que acontece no nosso dia a dia.
Ainda falando nos conceitos, gostaria de me aprofundar um pouco mais para falar sobre discursos utilizados no cotidiano da educação ambiental.
Quando percebemos que nossa maneira de falar ou passar a mensagem influi diretamente no resultado da ação que praticamos nos damos conta que evitar pequenos vícios de linguagem pode trazer grandes resultados quando tentamos passar uma mensagem. Hoje coloco dois deles:

O discurso da catástrofe: (que também pode ser chamado do apocaliptico) é aquele que se divide entre argumentos de perdição e nostalgia. Perde-se em achar culpados para a atual condição ambiental e remete aos tempos antigos para uma condição ideal (condição que jamais retornará) e pior, prevê o “fim dos tempos”.
Exemplos: A água vai acabar, antigamente tinha-se qualidade de vida, o “homem” destruiu tudo, meio ambiente saudável é a floresta, o buraco de ozônio vai acabar com o planeta Terra...
O que pretende: Chamar a atenção para que as pessoas se preocupem com a questão ambiental através da “ameaça” em potencial.
O que causa: Se tudo vai acabar, vou me preocupar para quê?
Como mudar o foco: não se educa com ameaças. E os perigos só são perigos quando se tem uma compreensão mais ampla do “fato” que o produz. Procure investigar as causas do que pode ser o perigo, antes de anunciar a destruição sem idealizar o “antigamente”.

O discurso da proibição: nesse tipo de discurso, o que se destaca são as ordens onde prevalece a palavra “não” e “proibido”. Não há diálogo. Não há orientação, nem explicação para haver uma reflexão sobre o porque de não realizar aquela atitude, há apenas a proibição.
Exemplos: Não desperdice água, não pise na grama, proibido caçar, proibido jogar lixo, não suje, não,não e não.
O que se pretende: ser atendido.
O que causa: no remete a uma ordem, a uma regra, a ter que obedecer. O ser humano é rebelde e questionador por natureza. Se houver algem observando, pode até ser que cumpra a ordem, mas fatalmente não obedecerá quando não for observado.
Como mudar o foco: utilizando palavras positivas ou de alerta, para se fazer entender o porquê daquele recado. Entender para que o recado está lá facilita a compreensão e pode até levar a reflexão sobre a questão colocada. Exemplos: evite o desperdício de água, preserve a grama, respeite os animais, utilize-se das lixeiras, vamos conservar este local limpo?- são exemplos de falar a mesma coisa de outra forma.

Enfim, vamos pensar em como estamos passando nossa mensagem?

Boa semana!