quarta-feira, 27 de abril de 2011

DIFICULDADES EM PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Muitos fatores podem dificultar o planejamento, implantação e andamento de um projeto de Educação Ambiental, etapas cruciais para que um bom projeto se desenvolva. E tenha certeza de que essas dificuldades vão acontecer. Pode ser apenas parte delas, em maior ou menor grau, em prazos diferentes, em diferentes escalas ou ordens, mas irão acontecer.

Não! Não! Não! Não estou sendo fatalista, nem realista, nem pessimista, muito menos tendo uma crise de vidência. O é caso é que, em todo lugar em que vemos e lemos sobre os projetos, somente nos mostram coisas lindas e resultados maravilhosos, mas ninguém conta a outra parte que não é tão boa. E essa parte "não tão boa" existe sim!

Apesar de muitas vezes essas dificuldades darem um trabalhão, desmotivar ou entristecer, quando é possivel aproveitar o momento difícil e criar oportunidade para aprendizado e consenso coletivo, acabam por impulsionar o projeto e unir ainda mais o grupo. Ou pelo menos a parte do grupo que está empenhada para que as coisas boas aconteçam.

E falo de tudo isso com conhecimento de causa, com o testemunho da dor e a delícia que é coordenar um grupo de pessoas, de seres, de indivíduos que compõem um projeto de educação ambiental, seja qual for a temática estabelecida. Como seres individuais que são, cada qual tem seu jeito e seu modo particular de pensar e de se colocar, e muitas vezes a parte mais difícil do projeto não é estruturá-lo, mas estruturar o grupo e lidar com os conflitos interpessoais e os percalços que aparecem no caminho por este tipo de situação.

Então tome nota da listinha básica com algumas das dificuldades que “sempre” teimam em aparecer. E para que os colegas educadores que estão ingressando na empreitada de iniciar um projeto, por favor não desanimem. Hoje sei da importância de termos consciência disso ANTES, para que fique mais fácil aceitar que esses "poréns" nos acompanharão e, deste modo, poder nos preparar emocionalmente para apaziguar os ânimos quando for necessário e achar soluções que tendam para o entendimento coletivo.

Vamos lá, principais dificuldades em projetos de EA:
• Falta ou não cumprimento de planejamento
• Não aceitação de lideranças que provavelmente irão se destacar
• Relacionamentos conflituosos
• Falta de entendimento do objetivo do projeto 
• Crítica de toda ordem
• Falta de compromisso de alguns participantes
• Maior participação apenas nas atividades prazerosas
• Falta ou sabotagem na comunicação
• Tendência das pessoas a se acharem excluídas das decisões
• Fofocas, ciúmes, fofocas, ciúmes...
• Dificuldade em dar e ouvir opiniões de maneira polida
• Formação de “panelinhas”
• Problemas no registro, coleta e sistematização dos dados
• Sobrecarga de algumas pessoas
• Pessimismo exagerado
• Otimismo exagerado
• Falta de “tempo e espaço” para as reuniões
• Dificuldade em pautar e registrar a ata das reuniões
• Desvio de interesses no decorrer do projeto
• Falta de recursos para as atividades propostas

Ou seja, quando iniciar um projeto de educação ambiental, tem de se estar preparado para lidar com problemas que fazem parte da formação de QUALQUER GRUPO. “Sabendo que os conflitos são inevitáveis, lembre-se que só o que possibilita a convivência é a própria convivência. O que facilita o diálogo é o próprio diálogo. Com firmeza de propósito e autodeterminação é possível construir uma nova forma de articulação social[1].

Finalizo dizendo que a boa comunicação, clara, direta, franca e concisa resolve metade dos problemas e dificuldades que possam porventura surgir. Sem uma comunicação efetiva e continuada, raramente um projeto progride e perdura. Vamos lá colegas, força e coragem!
Sabotadores da Comunicação
“ Julgar, culpar, criticar.
Desmoralizar as pessoas.
Moralizar, ordenar.
Oferecer soluções e resolver problemas,
mais do que simplesmente ouvir.
Questionar excessivamente.
Interromper frases.
Ignorar as preocupações do outro”
Trevor Powell


[1] Jornada de Amor à Terra. Laura Gorresio Roizman e Aparecida Elci Ferreira Ilustrações Darci Campioti. Ed. Palas Athena, 2006.

PS. Participe da nova enquete com um clique. Obrigada!

terça-feira, 26 de abril de 2011

FUNBEA APOIARÁ AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Foi muito emocionante participar da assembléia de fundação do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), lançado na terça-feira (05/04), em São Paulo. Estar, ouvir e conversar com as pessoas que nortearam meu caminho rumo à educação ambiental contemporânea foi um presente.

Compuseram a mesa o diretor de Educação Ambiental e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente, Nilo Diniz, o professor doutor em Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis da USP, Marcos Sorrentino, a coordenadora da Coordenadoria de Educação Ambiental do Ministério da Educação, Rachel Trajber, e a professora doutora em Ciências da Engenharia Ambiental da UFSCar, Haydee Torres de Oliveira, entre outros presentes importantes no cenário nacional da Educação Ambiental que puderam dar a palavra e as boas vindas ao FunBEA.

Tive até a oportunidade de “tietar” um pouco a Rachel Trajber e lhe contar que um de seus livros - Avaliando a Educação Ambiental no Brasil: materiais impressos. São Paulo: Editora Gaia. 1996 - que foi citado aqui nesse blog por diversas vezes, continua tão atual que me orienta em todas as ações de comunicação para os temas relacionados a educação ambiental desde 2003.

Pelo estatuto aprovado nesta reunião, poderão ser financiados projetos no ensino formal e não formal, processos formativos em Educação Ambiental popular e comunitária, formação e capacitação de profissionais oferecidos por instituições educativas, além de ações de interação e intervenção educativa voltadas para a sustentabilidade e a responsabilidade global. Boa notícia para todos nós que vivemos tentando convencer as pessoas que acreditar na educação ambiental e custeá-la é um investimento promissor.

Conforme artigo 4º dos objetivos do estatuto, “o FunBEA tem por finalidade captar e aportar recursos estratégicos para o fomento de ações estruturantes no campo da educação ambiental, em consonância com políticas públicas formuladas para essa área de atuação e outras questões ambientais globais conexas”. O financiamento do fundo será feito por recursos da iniciativa privada, e ações públicas e estruturantes de educação em prol do meio ambiente receberão o apoio do FunBEA que dará suporte também à aplicação da Política Nacional de Educação Ambiental.

E como foi explicado pela professora Haydee ao final, este é apenas o começo. Da fundação até a aplicação deste fundo há um longo caminho a ser percorrido. A previsão é de que agora comecem a captação dos recursos e em um anos já poderemos, conforme as diretrizes do estatuto, participar dos processos de seleção do financiamento para projetos de Educação Ambiental.

Então posso afirmar que não é um sonho, é real, eu estive lá... e agora sou sócia-fundadora do FunBEA!
Vida longa e sucesso ao FunBEA!

terça-feira, 5 de abril de 2011

SERÁ UM SONHO???


Educação Ambiental ganha novo capítulo com criação do FunBEA
(do blog: http://www.consultafunbea.blogspot.com/)
 Assembléia no dia 5 de abril, em São Paulo, apresentará para a sociedade o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental, cujo objetivo é fomentar projetos, programas e ações na área.

A Educação Ambiental no Brasil está prestes a entrar num novo momento. No dia 5 de abril, em São Paulo, acontecerá assembléia de apresentação do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) e de seu Estatuto Social. O FunBEA é um fundo público não-estatal voltado para o fomento de projetos, programas e ações de Educação Ambiental. Com a presença de representantes dos governos federal, estadual e municipal, universidades, ONGs, setor empresarial, entre outros, o evento marcará a aprovação simbólica do estatuto do fundo.

O FunBEA captará recursos junto a entidades, empresas e organizações nacionais e internacionais como estratégia para o financiamento consistente da Educação Ambiental como política pública voltada à promoção da justiça socioambiental. Desde setembro de 2010, o FunBEA conta com apoio técnico da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), sede deste período de incubação.

O Estatuto Social do FunBEA ficou em consulta pública entre janeiro e março de 2011, concluída com mais de 1.300 acessos de várias regiões do Brasil e do exterior, como Estados Unidos, Portugal, Rússia, Argentina, França, Alemanha e Reino Unido. Com a aprovação no dia 5 de abril, o Estatuto Social do fundo terá sua primeira revisão após um ano.

O fundo é fruto de iniciativa criada por um grupo de profissionais e militantes ligados à Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Carlos (UFScar), ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ministério da Educação, à Coordenadoria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Carlos e profissionais de áreas correlatas atuantes em diferentes coletivos de educadoras e educadores ambientais no país.

Assembléia de apresentação do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA)
Data: 05/04/2011 (terça-feira)
Horário: 18:30 horas
Local: SESC Consolação - São Paulo/SP
Rua Dr. Vilanova, 245 (próximo à estação República do Metrô)

Acompanhe a transmissão online via: www.e-communication.com.br/FunBEA

PS.O blog está com uma nova enquete. Participe, é só dar um clique. Obrigada!