segunda-feira, 25 de maio de 2009

O LIXO QUE EVAPORA


Ah se o lixo evaporasse... feito mágica...
Tem gente que acredita que todos os resíduos evaporam a partir do momento que saem da porta de suas casas. Outras que acham que isso não é um “problema seu”, pois pagam impostos e que “se virem” para dar destinos a eles... e blá, blá, blá, blá, blá, blá...

Acontece que o lixo não evapora!!! E É UM “PROBLEMA SEU” SIM!!!!

É um problema seu, meu, de todos nós. O resíduo que sobra é fruto de um algo que adquirimos, essa é que é verdade. Enquanto não nos dermos conta disto, não nos responsabilizaremos por ele, pela parte que já “não interessa mais” a nós. Sei que a destinação dos resíduos é um elemento dificultador. Ou seja, mesmo para aqueles que já foram “tocados” pela responsabilidade sobre seu lixo, ainda faltam políticas públicas, iniciativas privadas e organização social suficientes para dar conta do recado. É aí que mora o maior perigo: o da desmotivação. Não podemos sucumbir minha gente, por favor!!!

Vou dar um exemplo, EU MESMA (e minha família). Hoje nós conseguimos controlar o consumo de água e energia, comprar poucos produtos no mercado e escolher os que levam menos embalagens, utilizar tudo até o final, não desperdiçar alimentos perecíveis, separar TODO o resíduo proveniente de nosso uso, doar coisas em bom estado que não utilizamos mais e por aí afora. Mas confesso, chegar até esse nível não foi fácil, foram anos de erros e acertos. Eu sofria porque não conseguia convencer a família. E para piorar não conseguia organizar essa bagunça. Nem sabia o que fazer com montes de recicláveis e me sentia horrível por isso.

Então... aos poucos, fui descobrindo que sofrer não era parte do pacote. Eu comecei a descobrir maneiras de fazer isso tudo fazer parte do dia-a-dia. Que foi virando hábito da família, que foi virando estilo de vida e hoje tudo é muito natural para nós. Cada um tem que encontrar seu modo, não existe fórmula. Esse é o primeiro passo. O que ainda faltava para nós era descobrir o que fazer com tudo o que sobrava. O que fazer quando esse resíduo tinha que atravessar o portão da nossa casa, visto que na cidade em que moro não havia e nem há coleta seletiva (ainda) e nem cooperativas organizadas...

Hoje eu separo o que posso e levo para cooperativas da cidade vizinha (encho o meu porta-malas e levo até um posto de coleta), e mesmo sabendo que estatisticamente muito pouco é aproveitado, continuo firme e forte no meu propósito. Minha mãe separa para um catador o que lhe interessa, outros conhecidos levam determinados produtos aos mercados que fazem coleta seletiva. E é assim, aos poucos, encontrando maneiras que eu creio que se as pessoas começarem a se responsabilizar pelo seus resíduos sem esperar benefícios monetários ou qualquer outra coisa em troca é que as políticas públicas surgirão, motivando também as iniciativas privadas e outras organizações sociais que possam se beneficiar e beneficiar a cidade e as futuras gerações.
Então vamos pensar no assunto com carinho, começando por não desperdiçar, comprar somente o necessário, dar destino adequado ao que não nos interessa mais... e sem sofrer. Separando os resíduos ao menos entre reciclável e não reciclável...

Uma coisa disso tudo é certa: O LIXO QUE EVAPORA ainda não foi inventado. E se fosse comprometeria ainda mais a camada de ozônio e aumentaria o aquecimento global... então não refrescaria (literalmente) nada, rs!

Começar é urgente, continuar é consequência e manter este estilo de vida logo, logo será inevitável!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

TER OU NÃO TER, EIS A QUESTÃO!


Parece que Shakespeare está perdendo espaço. Atualmente a célebre reflexão “ser ou não ser?” parece que está meio demodê. O que importa mesmo é TER OU NÃO TER. Ter o melhor carro, a melhor casa, a melhor mochila, a melhor canetinha do último melhor personagem do melhor canal de tv a cabo, roupa, sapato e por aí afora, ter, ter, ter.

É difícil fazer tuuudo direito, eu sei. Eu me esforço para fazer o maior número de coisas possíveis compatível com meu “nível de evolução ecológica”, ou seja, sem estresse, nem sofrimento, sem me cobrar demais. Mas tem coisas simples do dia-a-dia que podemos fazer e que nem nos damos conta do quanto é simples e fácil. Bastam duas coisas para começar: ter boa vontade e não ser escravo das “tendências de mercado do TER”.

Por exemplo: Alguém sabe me responder por que em todo início de ano letivo precisamos comprar TODO material escolar novinho para nossas crianças? Afinal, na Lista de Material não vem escrito:
1 caixa de lápis de cor NOVOS
1 caderno de recados 50 folhas NOVO
1 conjunto de canetinhas NOVA
Ou ainda:
1 caixa de lápis de cor NOVOS do Batman, Hello Kitty ou Ben 10
1 caderno de recados 50 folhas NOVO Batman, Hello Kitty ou Ben 10
1 conjunto de canetinhas NOVA Batman, Hello Kitty ou Ben 10

É realmente um absurdo atrelar o início do ano ao fato de TER QUE TER tudo novo. E de tal personagem da moda. E que por isso custa 5 vezes mais caro. O que estamos ensinando as crianças? Não creio que isso as deixe mais felizes, e se deixam é uma felicidade momentânea, porque depois disso precisarão TER de mais e mais para se sentirem felizes novamente. Criatividade é de graça e resolve muita coisa.

O que faço com meu filho desde pequeno é o seguinte (essa é a MINHA solução), coloco todo material na mesa e vamos separando o que ainda dá pra utilizar e o que não dá mais. O que dá, colocamos etiquetas novas, alguns adesivinhos de personagens pra dar uma “customizada” e então riscamos da lista. E o que realmente precisa -EU- vou comprar. Nada de levá-lo aquele mundo de “perdição” onde tudo de mais lindo e maravilhoso e desnecessário está bem ao alcance de suas mãos. NÃO. Isso é dar munição ao inimigo.

Tem também muita criança que tem mais brinquedos do que consegue brincar. Em casa fixei um limite de duas caixas médias de brinquedos em geral, e os jogos. Todo Natal e aniversário (quando ele ganha os novos) fazemos a “limpeza” e mandamos os quebrados para a coleta seletiva e os bons para doação. Espalho no chão da sala e peço para ele colocar na caixa o que quer ficar. Daquilo que sobra dou o fim necessário. Fácil, rápido e indolor.

Eu costumo comprar em brechós bons e baratos, roupas seminovas de marcas legais, modernas, tecidos e cortes bons, inclusive acessórios, bijus e sapatos. Ganho e troco com a irmã e amigas roupas que já não uso e vou doando ao passo que adquiro. Entra um no armário, sai um.

No supermercado, procuro ir sempre com lista (e levo minhas sacolas de pano), compro somente o que preciso. Nada de desperdício, olhos atentos no prazo de validade, passo longe das armadilhas de promoções ao lado de tentações. Ao passo que para as crianças as “perdições” estão embaixo, para nós estão a 1 metro e meio do chão, ao alcance de nossas mãos... tão fácil! Um perigo!

Este assunto remete a mais outros tantos, como trocar de celular a cada ano com mil opções que ninguém usa, ou TV de X polegadas por uma de mais XXX polegadas e plasma, e dessa por uma “high definition”, e por uma de mega blaster ultra qualquer coisa que vc não sabe porque, mas TEM QUE TER... é TOP de linha! Todo mundo tem... menos você.

Enfim, qual será a questão daqui algum tempo, quando não houver mais lugar onde colocar tanto resíduo (que será meu próximo assunto)? Será que precisaremos chegar ao caos (mais ainda) para voltarmos à questão de Shakespeare? Você precisa SER ou TER, qual é a sua questão?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

VAMOS SALVAR O PLANETA?

O que anda acontecendo com as propagandas e comerciais? Estão numa crise de criatividade ou todas usam a mesma frase para não ficar de fora do modismo. Até a Natura (que eu prezo tanto em sua publicidade politicamente correta) caiu na armadilha de “SALVAR O PLANETA”, tsc, tsc. Fico me perguntado como é que esse negócio se dá? Quem é o herói pra um “salvamento” deste porte.

Creio que CIVILIZAR O PLANETA seria mais adequado (rs), mas não dá pra usar esse termo porque todos já se acham super CIVILIZADOS, embora joguem papel no chão, latas e pontas de cigarro pela janela do carro, xinguem o vizinho, comprem dvd pirata, furem fila, tomem banho de 40 minutos, transfiram pontos de multa para o nome de terceiros... Enfim, SALVAR O PLANETA tá mais fácil!

******************************************
Civilizar
verbo
1. Fazer sair do estado de barbária.
2. Melhorar, sob o ponto de vista intelectual, moral e industrial.
3. Tornar civil, cortês, polido.
Civilizado
adj.
1. Que se acha em estado de civilização.
2. Urbano, cortês.
******************************************

A frase que dá titulo a esse post virou moda, os bancos citam isso, indústrias, pod casts, cartazes, folhetos, panfletos desde os mais sofisticados até aqueles que são entregues nos cruzamentos em avenidas. Nesses últimos vem escrito em letra quase ilegível de tão pequena: “não jogue este folheto em via pública, vamos salvar o planeta”. Seria até bacana se a distribuição dos mesmos não feita por mão de obra infantil, quase escrava... tsc, tsc. Salva-se o planeta e destrói-se os seres que nele habitam... qual o saldo disto tudo?

O nosso Planeta precisa ser salvo? Não sei. Vivemos nele, precisamos dele, mas ele viveria bem sem nós, aliás, bem melhor. Segundo Genebaldo Freire, “O que está em risco é a sociedade humana, conceitos de bem-estar, democracia, respeito ao próximo, organização social. Isso está ameaçado porque tivemos uma educação que nos remete a sermos consumidores úteis e não a pensarmos a relação com o ambiente. Somente nos últimos tempos, com o aquecimento global, percebemos a necessidade de mudanças radicais em nosso estilo de vida”. (Não há possibilidade de desenvolvimento sustentável. Entrevista concedida no Ceará em 25/11/2007. (
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=490399)

Podemos nos tornar heróis mais reais, começando por “salvar” nossa relação com o ambiente em que vivemos e com as pessoas que convivemos, com pequenas ações em casa, na escola, no trabalho, no bairro, na cidade. Que tal hastear a bandeira branca para nós mesmos?