quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SAINDO DE CENA...


...temporariamente, é claro.

Este ano foi muito especial para mim e foi importante compartilhar isso com vocês. Comecei a metamorfose, trabalhar menos em algumas coisas, trabalhar mais em outras, ser mais mãe, ter mais tempo, diminuir o ritmo, aumentar o nível do desafio pessoal, criar um blog, estudar mais, ler mais, ficar mais tempo com a família, os amigos, ter mais paciência, deixar de lados coisas que achava importante, importar-me mais com as coisas que realmente importam...

Sou hoje um ser em transição, um ser em transformação, um ser em busca de evolução, tentando (e às vezes conseguindo) dar o meu melhor para vivermos todos num mundo melhor e mais justo. Obrigada pela companhia, agora eu vou descansar e curtir, nos vemos em breve!
FELIZ 2010!!!!
Hegli

Esvaziando os armários de nossa vida

"Todos os anos há um momento em que olhamos nossos armários com um olhar crítico. Olhamos aquelas roupas que não usamos há tanto tempo. Aquelas que tiramos do cabide de vez em quando, vestimos, olhamos no espelho, confirmamos mais uma vez que não gostamos e guardamos de volta no armário. Aquele sapato que machuca os pés, mas insistimos em mantê-lo guardado.
Há ainda aquele terno caro, mas que o paletó não cai bem, ou o vestido "espetacular” ganho de presente de alguém que amamos, mas que não combina conosco e nunca usamos. Às vezes tiramos alguma coisa e damos para alguém, mas a maior parte fica lá, guardada sabe-se lá porquê. Um dia alguém me disse: tudo o que não lhe serve mais e você mantêm guardado, só lhe traz energias negativas. Livre-se de tudo o que não usa e verá como lhe fará bem.
Acontece que nosso guarda-roupa não é o único lugar da vida onde guardamos coisas que não nos servem mais. Você tem um guarda-roupa desses no interior da mente. Dê uma olhada séria no que anda guardando lá. Experimente esvaziar e fazer uma limpeza naquilo que não lhe serve mais. Jogue fora idéias, crenças, maneiras de viver ou experiências que não lhe acrescentam nada e lhe roubam energia. Faça uma limpeza nas amizades, aqueles amigos cujos interesses não têm mais nada a ver com os seus.
Aproveite e tire de seu "armário" aquelas pessoas negativas, tóxicas, sem entusiasmo, que tentam lhe arrastar para o fundo dos seus próprios poços de tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento. A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazer companhia, e lá vai você junto com elas.
Junte-se a pessoas entusiasmadas que o apóiem em seus sonhos e projetos pessoais e profissionais. Não espere um momento certo, ou mesmo o final do ano, para fazer essa "faxina interior". Comece agora e experimente aquele sentimento gostoso de liberdade.
Liberdade de não ter de guardar o que não lhe serve.
Liberdade de experimentar o desapego.
Liberdade de saber que mudou, mudou para melhor, e que só usa as coisas que verdadeiramente lhe servem e fazem bem".
(TEXTO: Corrado Spallanzani)

sábado, 19 de dezembro de 2009

COP 15 TERMINOU, MAS AINDA HÁ MUITO POR FAZER!

Por www.tictactictac.org.br
Não temos ainda o tratado justo, ambicioso e legalmente vinculante que milhões de pessoas por todo o planeta exigiram. Mas é impossível não sentir uma enorme esperança, vendo um movimento que cresceu tanto, tão rápido. Os “lideres mundiais” ainda podem fazer o que é preciso, e entregar o que devem à Humanidade. Não esperamos menos, e não aceitaremos menos. 2010 será um ano de muitas realizações: os governos do planeta ainda têm muito que fazer. E nós também!

Apesar de mais de 120 “líderes mundiais” terem ido a Copenhague, eles foram incapazes de resolver os obstáculos que bloquearam o caminho para um resultado decente. Desapontamento e decepção são os primeiros sentimentos pelo que eles não fizeram. Apesar disso, é impossível pensar nas últimas duas semanas e não sentir uma enorme esperança! Vimos ao longo deste ano o rapidíssimo crescimento de um processo de articulação e mobilização social, no Brasil e em todo o planeta, que não arrefecerá. Milhões de pessoas e centenas de organizações, em praticamente todos os países do mundo, estão agora despertas e conectadas em torno da questão do clima, demandando medidas urgentes, com efetividade e justiça climática.

Nós, brasileiros, além de esperança devemos sentir um grande orgulho, pelos resultados de nosso trabalho. Sem sombra de dúvida, a mobilização da qual a campanha TicTacTicTac e seus parceiros são partes fundamentais, foi um fator decisivo na posição adotada pelo Brasil na CoP15, sintetizada no discurso e nas ações do presidente Lula, especialmente nos dias 17 e 18 de dezembro. Agora, esta é nossa palavra de ordem: Há Muito Por Fazer!

Resumimos assim nossa conclusão sobre a CoP15: os chefes de estado e diplomatas responsáveis por dar à sociedade mundial referências claras e instrumentos efetivos para o combate às mudanças climáticas falharam em Copenhague, e têm um dever a terminar. Também nós, sociedade civil global, temos muito que fazer, para manter a pressão e ampliar a mobilização pelo que queremos e precisamos. Leia mais no http://www.tictactictac.org.br/.

É isso, vamos trabalhar juntos. Precisamos cobrar muito sim, mas também nos comprometer e agir.
Hegli

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NESTE NATAL VAMOS TENTAR...


- respeitar a sua real tradição e resgatar a sua essência.
- economizar o tempo no shopping e dispensar mais tempo visitando velhos e queridos amigos.
- otimizar nosso dinheiro com presentes significativos, pensando no valor afetivo e não no valor monetário.
- degustar uma refeição boa e simples e conseqüentemente desperdiçar menos comida em ceias absurdamente excessivas.
- brindar o amor e a paz e não encher a cara e causar desconforto e constrangimento entre as pessoas que nos admiram e nos querem bem.
- agradecer a sorte de ter uma família, amigos e afins, mesmo que hajam e diferenças a resolver.
- confraternizar mais reclamar menos, ter mais generosidade, tolerância, paciência e carinho.
- refletir no modelo que foi o Cristo, sem pensar em religiões ou dogmas, mas na pessoa que perdoou sem distinção, tratou todos da mesma forma, sem preconceitos, falou numa linguagem simples e se fazia entender, fez o voto de pobreza e sobreviveu com o essencial até morrer sem questionar ou culpar a ninguém pelas suas mazelas.
Por uma Natal menos consumista e com menos desperdício, com mais caridade, compreensão, amor e igualdade! Isso sim seria um feliz Natal pra todos!
Queria aproveitar e indicar um texto bem bacana de outra blogueira, a Taís Vinha: Vamos Salvar o Natal!!! Curtam!
PS. Não publico comentários anônimos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

COP 15 ainda...

COP-15, de 7 a 19 de dezembro de 2009, Copenhague, Dinamarca

Tenho acompanhado as negociações do COP 15, tenho lido muito a respeito em diversas mídias. Ainda não há nada concreto além de muito blábláblá, porém acho que o saldo será positivo no final, apenas pelo fato de escancarar ainda mais um problema Global que é a responsabilidade dos governos pelas mudanças climáticas e preservação das espécies. Todos somos responsáveis, mas faltam leis especificas, falta cumprimento das existentes, falta respeito ao próximo, informações consistentes, orientação a população... enfim, os governos tem de estar na dianteira, não tem como fugir disto.

Mas... o que tem me deixado indignada, irritada mesmo, são tantas opiniões e críticas de ESPECIALISTAS sobre o assunto. Meu Santo Deus, eu não sabia que existia taaaaaannnto especialista com tantas soluções. Eles apontam o problema, tascam a solução, criticam os desempenhos, criticam a população, culpam fulano e ciclano... e eu pergunto: ONDE ESTAVAM ELES ATÉ AGORA?

Já que estão aí ao montes com tanta estatística, estudo, solução miraculosa porque não se juntaram bem antes e formaram a comissão dos especialistas. Apontar culpados é fácil. Filosofar sobre o tema é lindo, mas precisamos mais que isso... precisamos de menos especialistas em romance, ficção cientifica e auto ajuda. Precisamos mais de ações, de informações claras, precisamos da verdade na mídia, não do espetáculo e do achismo.

Desculpem me exaltar, mas é um desabafo desta humilde e iniciante “especialista” em realidade que vos fala que não agüenta mais tanta hipocrisia da mídia e nem sabe mais em que especialista acreditar de fato. Espero ainda que os governos se posicionem e estabeleçam metas ambiciosas e justas em prol de decisões concretas para combater as causas das mudanças climáticas e amenizar seus efeitos, e que tenha juízo e ética. E que desta vez consigamos resultados. Amém!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O MUNDO QUER UM ACORDO PRA VALER!!!!!


A COP15 começou! Mais do que nunca, temos muito a fazer. Aqui e agora!

Vamos fazer no próximo sábado um gigantesco dia de mobilização conjunta, no mundo todo!

Em São Paulo, a ação será na Av Paulista: calçada do Parque Trianon, sábado, 12/12, às 12:00.

Participem e ampliem: repliquem esta mensagem amigos e colaboradores!

Para saber de outras cidades ou organizar uma ação, visite:
www.tictactictac.org.br

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Faltam 05 dias para a COP-15 - Informativo semanal TicTacTicTac


A Campanha Global de Ações pelo Clima (GCCA, na sigla em inglês) é fruto de uma aliança inédita de organizações não-governamentais, sindicatos, grupos religiosos e pessoas que tem como objetivo mobilizar a sociedade civil e a opinião pública para que os governos se posicionem e estabeleçam metas ambiciosas e justas em prol de decisões concretas para combater as causas das mudanças climáticas e amenizar seus efeitos.
O objetivo da campanha é consolidar uma série de ações em diversos países, que culminarão em uma plataforma de orientações e reivindicações a ser apresentada durante a COP-15, realizada de 7 a 19 de dezembro de 2009, em Copenhague, Dinamarca.

Show de apoio à Campanha TicTacTicTac será realizando na véspera da COP-15, dia 06/12

Chamada para ação do dia 12 de dezembro: “O Mundo quer um Acordo Pra Valer”: Esta ação, programada para o dia 12/12/09, tem como foco realizar vigílias à luz de velas em cidades e comunidades em todo o Brasil, assim como montar murais (podem ser paredes, caixas empilhadas, banners ou qualquer outra forma de expressão que fique na história da cidade nas quais as pessoas possam deixar recados, mensagens e fotografias. A TicTacTicTac disponibilizará, como nos dias de ação anteriores, um mapa e formulário de inscrição de ações dentro do site que serão organizadas no Brasil pelos parceiros e apoiadores da Campanha. Maiores informações em breve!

I. - Atividades da Campanha TicTacTicTac
Gisele Bündchen apóia Campanha TicTacTicTac com filme
Campanha TicTacTicTac e parceiros entram no clima.

Show de apoio à Campanha TicTacTicTac será realizando na véspera da COP-15, dia 06/12
TicTacTicTac terá lista de ONGs Brasileiras que participam da COP15
A TicTacTicTac acompanhará passo a passo, tudo o que estará acontecendo na COP15. Fique por dentro das notícias, fotos e vídeos no site da Campanha e nas Mídias Sociais Facebook, Twitter e YouTube.

II. - TicTacTicTac na mídia
Planeta EXPN realiza especial cobre o Clima
Gaines Morrow Campbell III, do Instituto Vitae Civilis, concedeu entrevista sobre a COP-15 e o papel do Brasil na Radio Eldorado.
5 razões para ser otimista com o clima
Mutirão pelo futuro do planeta - Matéria no Estado de São Paulo (27.11)

III. – Atividades de parceiros/sobre mudanças climáticas no Brasil
Ciclo de atividades “A COP é aqui”.
Campanha TicTacTictac chega à Câmara de Vereadores de Fortaleza
Climate Action Network (CAN) entrega manifesto com requisitos mínimos da CoP15 para presidente Lula.

IV - Notícias - Campanha global Tcktcktck
Canpanha TckTckTck no rumo das 10 milhões de assinaturas! Até o momento, mais de 9,8 milhões de pessoas já assinaram o manifesto da campanha TckTckTck. Em poucos dias serão alcançados os 10 milhões, e todas estas assinaturas serão entregues aos líderes mundiais durante a COP-15.
Campanha TckTckTck divulga estratégias para Dia de Ação “O Mundo quer um Acordo Pra Valer”.
Cadastre-se para facilitar o contato com a mídia na COP-15.
Chamada para ato em frente à Embaixada dos EUA em Copenhague

V - O caminho para Copenhague: Saiba mais sobre as negociações internacionais
Obama apresenta metas de redução de GEE e confirma participação na COP-15
Obama e Pesidente da Índia anunciam parceria verde pelo clima, por segurança energética e alimentar
China apresenta metas ambiciosas para COP-15
Cientistas dão alerta sobre ritmo do aquecimento global

VI – Brasil no Clima
Delegação brasileira realiza reunião preparatória para COP-15: Ocorreu na última sexta-feira, dia 27 de novembro, a segunda reunião preparatória da delegação brasileira que estará na COP-15. Coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, o encontro serviu como um momento para troca de idéias e sugestões que subsidiam a posição brasileira para a conferência em Copenhague. Participaram da reunião os representantes do governo e das ONGs.
MCT adianta dados preliminares do inventário nacional de emissões.
Brasil poderá perder R$ 3,6 trilhões até 2050 por causa das mudanças climáticas
Entidades defendem Código Florestal em Audiência Pública.

VII - Agenda de mobilização nacional
24 de novembro a 20 de dezembro – São Paulo: “A COP é aqui” - ciclo de atividades promovido pela Matilha Cultural, em São Paulo.
06 de dezembro – Show Tô no Clima. Parque Ibirapuera ás 10h
12 de dezembro – Action Day – O Mundo quer um Acordo Pra Valer

VIII – Agenda de mobilização internacional
7 a 18 de dezembro: COP-15 em Copenhague, Dinamarca.
12 de dezembro: Dia de Ação Global pelo Clima.

Veja os filmes da Campanha global e da TicTacTicTac:

Gisele Bündchen integra Campanha TicTacTicTac
Resumo das ações da Campanha TicTacTicTac (Nov/09)
Ações do dia 09.11 (Lula recebe Carta Aberta)
Ações do dia 24.10 – Dia Internacional da Ação pele Clima/350.org
Campanha TicTacTicTac - Beds Are Burning - Português
"Relógio" - com Cauã Reymond, apoio Oxfam
"Adaptação" - animação feita pela Y&R
Hora de Acordar global – 21.09


Facebook - http://www.facebook.com/tictacbr
Twitter - http://www.twitter.com/tictacbr
YouTube - http://www.youtube.com/tictacbr
--------------------
Quer divulgar suas notícias sobre a campanha TicTacTicTac?
Escreva para
apoio@tictactictac.org.br
As edições são fechadas toda 2a-feira, às 10h00.

Expediente
Este informativo é elaborado e divulgado semanalmente pela Campanha TicTacTicTac.
Jornalista responsável: Esther Neuhaus e Efraim Neto
Colaboração: Aron Beli nky, Sandra Sinicco, Rubens Born.
Endereço: Rua Itápolis, 1468 Pacaembu - São Paulo/SP - Fone: 11 3662 0957 - contato

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & HIGIENE PESSOAL

Hoje serei breve, pois tenho pilhas de coisas para corrigir da escola e outros trabalhos paralelos que tem sugado todo o meu tempo disponível. Isso inclui sugar o tempo de me dedicar e escrever calmamente sobre o assunto que mais amo: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Porém, a rotina como professora de artes na escola estadual continua provocando em mim os mais bizarros sentimentos e questionamentos. O que é bom para minha METAMORFOSE!

Mesmo não podendo escrever como gostaria, leio diariamente os jornais e notícias especificas das questões ambientais contemporâneas no Brasil e no restante do mundo. Faço isso todas as manhãs, é uma rotina boa que criei há muitos anos. Então saio para dar aulas após e almoço e me deparo com um outro mundo. Não me parece o mesmo mundo que li a respeito horas antes...

Hoje, por exemplo, parei uma aula na sexta série para falar de higiene pessoal porque eu não conseguia me concentrar em dar aula numa sala que cheirava mal (à beça), uma mistura de suor, azedume, roupa fedida, falta de banho... com o calor humano da volta do recreio era o apocalipse. Para quebrar o gelo, falei que a sala estava com cheirinho de cachorro molhado e lã queimada e que eu não estava aguentando. Foi uma risada só.


Foi um gancho para entrar no assunto e pedir para eles citassem o que achavam ser O BÁSICO em higiene pessoal e fui listando na lousa: tomar banho "com sabonete" diariamente, lavar muito bem embaixo dos braços, cortar as unhas, lavar bem o cabelo, lavar as mãos várias vezes ao dia, escovar os dentes, usar desodorante (afinal, nessa idade os hormônios começam as entrar em ebulição)...

Falei também que roupa pode ser velha, pode ser furada, mas nem por isso pode ser suja, suada, mal cuidada e que eles já tinham idade de cuidar de suas coisas pessoais, que era legal ser cheirosinho, pentear o cabelo e não ter chulé e mau hálito... Tive que brincar para não ser indelicada, falei no geral para não constranger. Fui obrigada a parar a minha aula de artes para dar aula de higiene pessoal básica que eles deveriam ter em casa. E sei que terei que fazer isso em todas as outras salas que leciono.

Sim, isso É EDUCAÇÃO AMBIENTAL também... afinal o AMBIENTE ali estava em desequilíbrio. Eles estavam precisando refletir sobre seus hábitos de higiene e eu estava precisando de um pouco de ar... puro e fresco de preferência! rs

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lei de Responsabilidade Ambiental


Antes de colocar a segunda parte de minha novela “metamorfose”, vou colocar um post de uma amiga blogueira super antenada que merece ser lido e repassado (com os devidos créditos, é claro). Segue “post protesto” de Taís Vinha:

Lei de Responsabilidade Ambiental - por Taís Vinha

Em julho, visitei Ribeirão Preto, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Papelão, sacos plásticos, folhetos de propaganda, pets, latas, caixotes quebrados e até um sofá velho vi jogados no calçamento e nas praças do jardim Mosteiro e da Av. Treze de Maio. Isso sem falar na completa falta de regras para placas e autidóres (mobiliário urbano). A minha querida cidade natal é uma das mais poluídas visualmente que conheço.
Semana passada passei em frente à escola João Cursino de São José dos Campos, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo na calçada e no lado de DENTRO dos portões da escola.
Neste final de semana, visitei o bairro do Capricórnio, em Caraguatatuba, litoral norte de SP e fiquei prá lá de chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Lixo de consumo e entulho de obras. As simpáticas vielas de areia deste bairro estão tomadas por sujeira. E no mercadinho local há um cartaz alertando para o surto de escorpiões e aranhas. O preço que pagamos pela porquice é alto. Que me perdoem os porcos.
Caminhei pela praia de Massaguaçu até a Lagoa Azul e pude constatar que a sujeira é generalizada. A Lagoa fica em área de preservação e lá não há nenhuma lixeira ou presença do poder público. Resultado: a quantidade de lixo jogada por todo lado é assustadora. Latinhas, pets, emaranhados de linhas de pesca, chinelos, bitucas, cadeiras de praia quebradas, tampas de protetor solar, fraldas, sacos plásticos em profusão e abundância. E cocô. Muito cocô flutuando na água marrom daquela que já foi uma linda lagoa azul.
Cheguei à conclusão que, pior do que a população, que não está nem aí, é o poder público que foi eleito pra botar ordem na casa e não faz NADA. Não há trabalho algum de educação (nem mesmo numa escola), não há coleta eficiente, não há fiscalização. Não há nem lixeiras numa área de preservação que RECEBE turistas! E é vendida como um dos cartões postais da cidade.
Precisamos de uma Lei de Responsabilidade Ambiental nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal. O sujeito é eleito, tem que saber que precisa cuidar com seriedade da preservação ambiental da sua cidade. Tem que promover medidas educativas. Tem que fiscalizar, tem que multar, tem que fazer a despoluição visual, a destinação correta do lixo, preservar os mananciais, construir ciclovias, exigir a recuperação de áreas degradadas, tratar o esgoto, buscar soluções, desenvolver projetos e parcerias etc.
Lei de Responsabilidade Ambiental já. Ou os homens públicos se comprometem verdadeiramente com o meio ambiente ou correm o risco de ir pra cadeia. Porque não é só com dinheiro que se pratica a corrupção. O descaso também corrompe.
Lei de Responsabilidade Ambiental:
Leia mais sobre essa proposta, clicando aqui.
Ombudsmãe - http://ombudsmae.blogspot.com/

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ARTIGO INTERESSANTE

Olá!!! Estou viva...
É que pela descrição do artigo anterior vocês podem imaginar como andam meus dias. Nunca coloquei textos de outros sites aqui, mas achei este tão interessante que merece ser divulgado. Prometo escrever neste final de semana, vai ser a parte 2 da Metamorfose Ambulante... aguardem!
Abraços
21/10/2009 - Por Wanderlei Ferreira*
Se, até poucos anos atrás, os empresários do mundo, em especial os do Brasil, pouco se importavam com o meio ambiente, agora temos sinais claros de que essa mentalidade está mudando. O International Business Report 2009, pesquisa anual feita pela Grant Thornton International, com 7.200 empresas privadas de capital fechado (ou Privately Held Businesses, PHBs) de 36 países, inclusive o Brasil, mostra que pelo menos 51% do total das companhias estão dispostas a abrir mão de parte dos seus lucros para proteger o meio ambiente. É uma grande mudança de paradigma. Entre os brasileiros, o índice de empresários dispostos a perder parte da rentabilidade em prol da sustentabilidade é um pouco menor do que a média mundial, chegando a 43%. Mas é um número bem alto, se comparado ao que se via no passado, inclusive em anos mais recentes.

Percebe-se claramente que a adoção de práticas verdes e de produção limpa vem norteando o planejamento estratégico de um número cada vez maior de empresas, de todos os tamanhos e setores. Esse processo de evolução da sociedade com relação ao meio ambiente mostra, principalmente, que o meio empresarial está percebendo que o consumidor está cada vez mais preocupado com as questões ligadas à sustentabilidade e está mais exigente também. A tendência é que a pressão dos consumidores aumente nos próximos anos, levando o setor produtivo a mudar de atitude, nem que seja apenas para a preservação do próprio negócio. De qualquer forma, quem sai ganhando é o meio ambiente.

Há mais um dado que merece ser destacado nesta análise. Esses empresários perceberam que, se não cuidarem da sustentabilidade, no futuro itens como matéria-prima e água poderão ficar cada vez mais caros e escassos, elevando os custos e, consequentemente, diminuindo a rentabilidade e a produção. A pesquisa da Grant Thornton International mostra também que, entre todos os empresários ouvidos na América Latina, 56% garantem que adotariam práticas ambientalmente corretas. Já 37% preferem manter a rentabilidade. O Chile é o país com maior preocupação ambiental (89%), seguido da Argentina (80%) e do México (60%). A região da Ásia Oriental concentra o maior número de empresários dispostos a defender o meio ambiente (61%).

Em outra pergunta da pesquisa, à qual os empresários deveriam responder se consideravam que a comunidade empresarial do seu país se preocupa ou não com o meio ambiente, foi feita uma média entre as respostas positivas e as negativas. A média mundial foi de 30%. Entre os brasileiros, esse número foi de 34%. Isso demonstra, mais uma vez, que o executivo brasileiro se importa cada vez mais com a sustentabilidade, com as práticas verdes. Na Argentina, no entanto, os números não são bons, pois foi o país onde essa percepção foi mais negativa – o índice final ficou em -34%. É interessante notar que nos países onde a percepção com a preocupação ambiental foi baixa, como no caso da Argentina, Turquia, Grécia e China, os empresários estão mais dispostos a abrir mão do lucro para melhorar o meio ambiente.
A pesquisa deixa claro que o lucro não é, obviamente, o único fator que conduz as práticas empresariais. Além da ética e da preocupação social do emprego, agora também chama a atenção o meio ambiente. Restará às empresas que ainda não atentaram a esse grande assunto rever seus planejamentos e inserirem-se no conceito de entidades que respeitam o meio ambiente. Sem dúvida, esse será; um dos fatores importantes no sucesso dessas organizações.

* Wanderlei Ferreira é Sócio da Terco Grant Thornton.
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=64820&edt=1
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PREFIRO SER UMA METAMORFOSE AMBULANTE



Bem, sei que geralmente eu abordo assuntos mais técnicos, mais específicos, mas... o que vou falar hoje não deixa de ser um assunto relacionado a Educação Ambiental porque vou falar de educação também.
Há alguns meses fui convidada por um antigo e querido amigo que acabara de ser nomeado diretor de uma escola estadual enorme (21 salas por período) para dar “uma força” como professora eventual de aulas de artes. Encarei o desafio de dar algumas aulas, meio período, seria uma boa experiência para me decidir sobre o mestrado...
Após as férias, houve o retorno, as aulas pós-gripe H1N1, professoras grávidas que não poderiam entrar em sala, e uma dessas professoras era de Artes. As 13 turmas de 6ª e 7ª séries dela caíram em meu colo. GENTE DO CÉU, como não dizer não? E lá fui eu...
Neste curto período pude entender o que é encarar uma sala de aula com cerca de 40 alunos totalmente sem limites, sem noções claras sobre respeito, higiene, educação, sociedade, ética, mundo; crianças da periferia, com pouca ou nenhuma expectativa na vida, com pais muito ocupados em manter a sobrevivência da família, ou ocupados demais para prestar atenção na família, ou ocupados em viver suas vidas alheios a vida dos filhos, e alguns poucos muito dedicados e preocupados com suas crianças.
Isso me fez compreender (mas não aceitar) professores que desistem de tentar ensinar e que, prostrados com o dia a dia em sala de aula em vários períodos, acabam apenas cumprindo os protocolos, levando e empurrando, ensinando somente a quem quer aprender. Fora todo o resto, que envolve desde um salário não muito motivador até a convivência com demais funcionários e professores e coordenadores estressados e sobrecarregados também...
Mesmo sabendo ser uma situação provisória eu me dedico a ensinar arte como eu gostaria que o professor do meu filho, que estuda em uma boa escola particular, ensinasse a ele. Me desdobro, me esforço, me irrito, me recomponho, me envolvo, me desespero, me refaço e volto para causa exaurida. Mas quando começo a ver os frutos disso após esses meses, com a maioria das crianças entendendo arte, pensando, pesquisando, criando e trabalhando coletivamente penso: foi a melhor coisa que poderia me acontecer!!!
Tem sido uma experiência transformadora sob diversos aspectos. Viver essa realidade está me fazendo rever e repensar muita coisa inclusive a respeito da educação ambiental, responsabilidade socioambiental, mobilização social e sustentabilidade. Tudo aquilo que é linnnnndo no papel, na novela e na propaganda de banco e sabão em pó, é tão difíííííííícil na vida real... e reclamar que tudo está péssimo na educação é tão mais fácil...
Doar um pouco de si sem esperar recompensas ou condecorações não mata ninguém. Estou mais viva e com absoluta certeza eu tenho aprendido muito mais do que tenho ensinado. Sair da zona de conforto, de discussões filosóficas e acadêmicas e partir para o TRABALHO de fato, na mudança de algo que se sonha é sofrido, cansativo, mas me trouxe uma coisa que curso nenhum pôde me dar, a certeza de que a frase que está fixada neste blog e que eu tanto acredito se aplica.

“Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa mudar o mundo; de fato, é só isso que o tem mudado”. Margaret Mead, antropóloga

E como muito bem cantou o sábio Raul Seixas “ eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela opinião formada sobre tudo”. Aproveito para agradecer aos amigos de caminhada e a meu marido, que me incentivaram sempre e não me deixaram desistir dessa “metamorfose”. OBRIGADA!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

USO RACIONAL DE ÁGUA NAS ESCOLAS



Uma experiência que vale a pena ser contada (de forma resumida, claro!). Em 2007 participei de um projeto chamado USO RACIONAL DE ÁGUA NAS ESCOLAS, em escolas municipais de uma cidade do Grande ABC. A Coordenadoria de Comunicação Social da autarquia responsável pelo saneamento no município em que eu trabalhava elaborou um pré-projeto propondo uma parceria com a Secretaria de Educação do município visando desenvolver nas escolas um trabalho que integrasse tanto ações TÉCNICAS/OPERACIONAIS (conserto de vazamentos, regulagem e troca de equipamentos, entre outras) quanto ações de MOBILIZAÇÃO SOCIAL (capacitação de gestores, professores e funcionários; envolvimento dos estudantes etc).
Os objetivos eram:
* Reduzir o volume de água gasto nas escolas municipais e Centro de Educação e incentivar a manutenção preventiva;
* Despertar ou ampliar a consciência da comunidade escolar (alunos, professores e funcionários) sobre a importância do uso criterioso da água desvinculando o uso racional a economia em dinheiro, com foco em economia do recurso natural insubstituível e indispensável para a vida: a água potável.

Metodologia: Por meio de um Grupo de Trabalho (GT) formado por profissionais de varias áreas, e a partir da realização de reuniões de Planejamento, foram elencadas ações, responsáveis, prazos e metas. Neste processo foram consideradas as especificidades de cada unidade escolar, o conhecimento e os trabalhos já desenvolvidos por alunos, professores, funcionários e gestores. Em outras palavras, respeitou-se o conhecimento anterior e as práticas já desenvolvidas pelo grupo e por cada unidade.
Foram propostas ações gerais para todas as 90 unidades escolares e ações específicas para um grupo menor de unidades escolhidas para um trabalho de acompanhamento mais sistemático do GT. Foram escolhidas 06 escolas que foram indicadas pela Secretaria de Educação, considerando a distribuição geográfica na cidade, de modo a contemplar o maior número de regiões do município; e a variedade de equipamentos.
O primeiro passo foi realizar vistorias técnicas. Partindo dos relatórios das vistorias foram propostas ações de ordem técnicas/estruturais e operacionais – agilização na detecção e conserto de vazamentos, regulagem de equipamentos hidráulicos, troca ou supressão de equipamentos obsoletos, monitoramento da conta pela escola, entre outros. E ações de mobilização social: formação para funcionários e professores sobre temas ambientais (água, Agenda 21 e outros); incentivo para inserção do tema água nos PPP (Projetos Político Pedagógicos), entre outras ações. Todas essas ações foram precedidas de uma pesquisa de campo, quantitativa e direcionada para cada público envolvido: alunos, professores e demais funcionários.

Resultados Quantitativos: Registramos tendência de queda no consumo de todas as 6 escolas monitoradas no primeiro ano do Programa. Na mais expressiva, a queda foi de 60%. A equipe técnica responsável pelo projeto também conseguiu, com base em relatórios técnicos consistentes, sensibilizar a Secretaria de Educação a promover a retirada de equipamentos obsoletos, responsáveis por grande desperdício de água, como os mictórios de fluxo contínuo, e reduzir a vazão das torneiras e válvulas de descarga de todas as unidades da rede escolar.

Resultados Qualitativos: Ao final de 18 meses, foi aplicado um formulário de avaliação do projeto em todas as unidades participantes onde era questionado se havia sido observada mudança de comportamento da maioria das pessoas em relação à utilização racional da água (o questionário não solicitava identificação).
A resposta foi de que a mudança de comportamento foi percebida em todas as unidades como a maior preocupação com a manutenção dos equipamentos por parte da equipe de funcionários, a integração do tema de maneira direcionada ao Projeto Político Pedagógico de cada unidade, utilização da oficina do futuro e agenda 21 escolar nas reuniões de pais e também com os alunos e funcionários, motivação das professoras em trabalhar o tema de maneira interdisciplinar, maior consciência das crianças em relação ao uso criterioso da água, maior cuidado com os equipamentos hidráulicos entre outros.
Uma das questões solicitava que fossem colocados aspectos positivos e negativos do projeto na unidade educacional e na sua maioria, apontaram que não havia aspectos negativos ou que o único aspecto negativo foi o de o projeto não chegar antes a sua escola. 100% das unidades decidiram continuar no projeto no ano de 2008.

Conclusão: O Programa foi bem-sucedido e teve continuidade depois da saída da equipe de apoio. Isso se deve à metodologia adotada, que combina, de um lado, tanto ações técnicas/operacionais quanto ações de mobilização social, e, de outro lado, planejamento sistemático com acompanhamento rigoroso das ações, prazos e metas. O primeiro recurso metodológico permite que se crie um círculo virtuoso, no qual melhorias na estrutura predial da escola motivem o uso criterioso da água, evitando uma situação muito comum em programas como esse que é expresso no seguinte comentário: "o que adianta eu economizar, fazer minha parte, se a escola não cuida dos equipamentos, se há vazamento e desperdício por todo o lado?". Já o segundo recurso metodológico tem sua importância, sobretudo na valorização da equipe profissional envolvida no programa. É importante que ela sinta que participa de reuniões produtivas, que existe planejamento, organização, informação, formação, cobrança e sinta-se responsável pelos resultados obtidos e pela continuação das ações, para que não sejam pontuais, mas incorporadas ao dia-a-dia na rotina escolar.
Essa experiência me fez acreditar que no que digo, nunca duvidar que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa mudar o mundo... mesmo que seja aos poucos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Na semana passada eu participei da Mostra Fiesp/Ciesp de Responsabilidade Socioambiental, uma mostra do que as empresas andam fazendo em relação ao meio em que estão e ao resto do mundo com suas práticas. Como todos os eventos promovidos por eles, sobra organização. É, sem dúvida, um dos poucos lugares que dá pra ir sem medo, pois do porteiro aos organizadores, o compromisso em seguirem o roteiro faz da simpatia e da pontualidade uma marca registrada. Sem falar nos estandes e apresentações culturais.
E então começaram as surpresas...

Em várias apresentações que se seguiram após a cerimônia de abertura, percebi que muitas das empresas cujos “cases” foram selecionados para mostrarem suas iniciativas nesta área, não tinham o menor entendimento do que seja, de fato, a tal da RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) entende que a responsabilidade socioambiental: "é uma postura ética permanente das empresas no mercado de consumo e na sociedade. Muito mais que ações sociais e filantropia, a responsabilidade social, no nosso entendimento, deve ser o pressuposto e a base da atividade empresarial e do consumo. Engloba a preocupação e o compromisso com os impactos causados a consumidores, meio ambiente e trabalhadores; os valores professados na ação prática cotidiana no mercado de consumo - refletida na publicidade e nos produtos e serviços oferecidos; a postura da empresa em busca de soluções para eventuais problemas; e, ainda, a transparência nas relações com os envolvidos nas suas atividades" (Guia de Responsabilidade Social para o Consumidor, 2004, p. 4), e eu concordo.

Particularmente, foi um choque ver empresas, muitas delas multinacionais, apresentarem em suas relações de atitudes socioambientais coisas como: convênio médico, cesta básica, reforço escolar e ensino básico aos funcionários. Entendo isso como um pressuposto, diante do porte das empresas, como um direito do trabalhador e não como diferencial para ser relacionada como prática de responsabilidade. Em uma das apresentações uma empresa (Sueca) ainda teve a coragem de citar que faz as atividades de educação ambiental com incentivo
da Lei Rouanet, JESUS ME ABANE. Meus alunos na periferia precisando tanto de cultura, teatro, educação ambiental e o dinheiro público embelezando, com exposições e uma decoração futurista e temática, uma casinha “educativa” de uma empresa rica e estrangeira... eu fiquei chocada. E muito mau-humorada.

Sorte que havia mais que isso. Vi empresas engajadas e uma bela apresentação do Sesi que realmente FAZ a lição de casa. Apresentou o que as demais empresas deveriam ter como premissa, primeiro fazer o seu colaborador entender o que é e para o que serve essa “responsabilidade” e assim expandir não só o conceito, ou os relatórios e listas, mas a prática sustentabilidade e da inclusão, e deste modo, uma vida melhor para todas as pessoas.

A parte boa é que essas apresentações rederam bons debates, questionamentos, encaminhamentos... E eu acredito que em eventos como este podemos aprender muito para fazer valer o dever de cada empresa em adotar uma postura ética que seja permanente, fazendo muito mais que ações sociais e de filantropia ou praticando o ecologismo infundado.
No final, passado o mau humor e a indignação, o saldo que ficou foi positivo!!! Bem positivo!

domingo, 23 de agosto de 2009

MUDANÇA DE HÁBITO

Hoje quero falar de uma coisa muito falada, muito noticiada, mas pouco realizada: a mudança de hábito. Antes de iniciar um projeto de educação ambiental em um local, é preciso encaixar no planejamento uma maneira de pesquisar os hábitos desse público. Esse detalhe é fundamental para que depois de um tempo seja possível analisar se as propostas do projeto surtiram o resultado que era esperado.
Mas... será que fazemos a nossa mudança antes de propor isso aos outros?

Eu fiz uma lista uns anos atrás, é essa que vou postar hoje. Com base em um site, o AKATU , listei bons hábitos e hábitos que precisava melhorar. O bom é que percebi que o que fazia de bom já era o dobro do que poderia melhorar. Isso me motivou a procurar melhorar a cada dia mais, mudar coisas que no final são hábitos cultivados durante muito tempo, que são difíceis de mudar, mas não são impossíveis.

Meus bons hábitos
1-Tomar banhos curtos

2-Fechar a torneira ao escovar os dentes
3-Doar roupas, sapatos e acessórios quando comprar algo novo
4-Sempre que possível dispensar o uso de descartáveis
5-Sempre apagar a luz ao sair dos ambientes
6-Comprar peças em brechós
7-Comprar livros em sebos
8-Utilizar o máximo possível a luz do sol para iluminar os ambientes
9-Aproveitar bem os alimentos frescos incluindo sempre que possível casca, talo e folhas
10-Comer carne no máximo uma vez por semana
11-Usar a vassoura e balde ao invés de mangueira
12-Utilizar folha de papel imprimindo dos dois lados
13-Evitar mercadorias com muitas embalagens
14-Reaproveitar alimentos transformando-os em sopas, caldos ou bolinhos
15-Separar corretamente o lixo para reciclagem
16-Usar a água da lavagem de roupa para lavar o quintal
17-Lavar roupa aproveitando a carga máxima da máquina
18-Passar a roupa uma vez por semana


O que preciso melhorar
1-Usar menos papel toalha e guardanapo de papel
2-Fazer revisão do carro para garantir menor poluição ao ar
3-Preferir embalagens retornáveis
4-Abrir menos a geladeira e o freezer
5-Consumir menos alimentos industrializados e mais alimentos orgânicos
6-Trocar o restante das lâmpadas da casa de incandescentes por fluorescente
7-Utilizar menos o carro, andar a pé
8-Usar menos o ar condicionado do carro
9-Usar menos produtos de limpeza

Então, hoje venho fazer uma proposta: Vamos analisar os nossos hábitos, o que já fazemos de bom e o que podemos, de fato, melhorar? Eu já venci até minha mania por sapatos (que achava impossível), há seis meses que não compro nem um chinelinho,rs!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RELENDO E REFLETINDO


Estive em casa lendo bastante nestes dias frios de Sampa, aliás, frio que não tem fim... A parte boa é que eu acabei relendo várias coisas bacanas, em especial um texto que me inspirou muito e agora divido com vocês.
A referência está no rodapé, é um bom livro para se ter em casa. Eu transcrevi uma pequena parte dele que sintetiza o que sempre falo a respeito da nossa responsabilidade ao passar mensagens sobre Meio Ambiente. Boa leitura!

“Tradicionalmente, o Meio Ambiente é percebido pela sociedade em função de duas grandes vertentes, a saber:
1) O ambiental visto somente como problema, acompanhado de uma percepção de controle, fiscalização ou proibição.
2) O ambiental percebido simplesmente como reflexo das belezas naturais dos Parques Nacionais e outras paisagens, cenários de certa forma idílicos e bucólicos, que são sentidos pela população como realidades inacessíveis e inatingíveis, distantes da vida cotidiana da maior parte dos sujeitos sociais.
As propostas de Educação Ambiental pretendem aproximar a realidade ambiental das pessoas, conseguir que elas passem a perceber o ambiente como algo próximo e importante nas suas vidas; é verificar ainda, que cada um tem um importante papel a cumprir na preservação e transformação do ambiente em que vivem. Levá-las a compreender que o futuro, como construção coletiva, depende das decisões políticas e econômicas que sejam definidas hoje, e que irão interferir nas possibilidades de decisão de novos modelos de desenvolvimento, capazes de conciliar a justiça social e o equilíbrio ecológico...” .

E ela complementa “não se deve esquecer que os processos de formação pretendidos se realizam num entorno de crises generalizadas em todos os aspectos e, especialmente, no marco de uma crise aprofundada nos valores humanos em todo mundo, acompanhada de uma exacerbação do egoísmo e de uma forte sensibilidade diante da pobreza e do sofrimento do “outro” que não é nosso “próximo”, mas converteu-se num potencial inimigo ou concorrente.”
[1]

Então, pensemos sempre em propostas de Educação Ambiental que aproximem a realidade ambiental das pessoas, para que elas passem a perceber o “ambiente” como algo próximo e importante em suas vidas e também da sua responsabilidade no papel da preservação e transformação do ambiente em que vivem.
E se puderem, leiam o texto na íntegra (só está disponível no livro mesmo). Até a próxima!


[1] Medina, Naná Mininni. Os desafios da formação de formadores para a educação ambiental. In: Phlippi Jr., A e Pelicioni, M. C. F. (Orgs.). Educação Ambiental: Desenvolvimento de cursos e projetos. 2a. Edição, São Paulo, Signus, 9-10p., 2002.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NÃO FAÇA ISSO, VOCÊ VAI MATAR O PLANETA


Na verdade, esse título é uma brincadeira... pelo menos para mim. Mas não é o que acontece no nosso dia a dia.
Ainda falando nos conceitos, gostaria de me aprofundar um pouco mais para falar sobre discursos utilizados no cotidiano da educação ambiental.
Quando percebemos que nossa maneira de falar ou passar a mensagem influi diretamente no resultado da ação que praticamos nos damos conta que evitar pequenos vícios de linguagem pode trazer grandes resultados quando tentamos passar uma mensagem. Hoje coloco dois deles:

O discurso da catástrofe: (que também pode ser chamado do apocaliptico) é aquele que se divide entre argumentos de perdição e nostalgia. Perde-se em achar culpados para a atual condição ambiental e remete aos tempos antigos para uma condição ideal (condição que jamais retornará) e pior, prevê o “fim dos tempos”.
Exemplos: A água vai acabar, antigamente tinha-se qualidade de vida, o “homem” destruiu tudo, meio ambiente saudável é a floresta, o buraco de ozônio vai acabar com o planeta Terra...
O que pretende: Chamar a atenção para que as pessoas se preocupem com a questão ambiental através da “ameaça” em potencial.
O que causa: Se tudo vai acabar, vou me preocupar para quê?
Como mudar o foco: não se educa com ameaças. E os perigos só são perigos quando se tem uma compreensão mais ampla do “fato” que o produz. Procure investigar as causas do que pode ser o perigo, antes de anunciar a destruição sem idealizar o “antigamente”.

O discurso da proibição: nesse tipo de discurso, o que se destaca são as ordens onde prevalece a palavra “não” e “proibido”. Não há diálogo. Não há orientação, nem explicação para haver uma reflexão sobre o porque de não realizar aquela atitude, há apenas a proibição.
Exemplos: Não desperdice água, não pise na grama, proibido caçar, proibido jogar lixo, não suje, não,não e não.
O que se pretende: ser atendido.
O que causa: no remete a uma ordem, a uma regra, a ter que obedecer. O ser humano é rebelde e questionador por natureza. Se houver algem observando, pode até ser que cumpra a ordem, mas fatalmente não obedecerá quando não for observado.
Como mudar o foco: utilizando palavras positivas ou de alerta, para se fazer entender o porquê daquele recado. Entender para que o recado está lá facilita a compreensão e pode até levar a reflexão sobre a questão colocada. Exemplos: evite o desperdício de água, preserve a grama, respeite os animais, utilize-se das lixeiras, vamos conservar este local limpo?- são exemplos de falar a mesma coisa de outra forma.

Enfim, vamos pensar em como estamos passando nossa mensagem?

Boa semana!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

CONCEITOS UTILIZADOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL



Essa sou eu!

Quando desenvolvemos projetos ou atividades de educação ambiental ficamos tão presos aos termos técnicos e modismos que freqüentemente nos esquecemos que quem não é minimamente informado sobre o assunto não tem a menor idéia do que estamos falando. E ainda há o perigo de sermos mal interpretados, o que é bem pior.

Palavras como sustentabilidade, conscientização, Agenda 21, Eco 92, Carta da Terra, interdisciplinaridade, ecossistemas, resíduos sólidos, qualidade de vida, meio ambiente são muitas vezes incompreendidas. E palavrinhas mais simples como natureza, cultura,
Definir e esclarecer conceitos acelera o entendimento das propostas das atividades, integra e ajuda no processo de comunicação formal e informal do grupo. E o melhor: evita mal entendidos e interpretações dúbias sobre os objetivos e resultados que se pretende alcançar com tais atividades, ou seja, aumenta a satisfação em participar por consequência a produtividade em grupo! Bom, por hoje é isso. Bom final de semana pra vocês!
recursos naturais, poluição, devastação, entre outras, as vezes causam conflitos quanto a sua representação.

Isso pode parecer um assunto banal, mas eu garanto que não é! Eu mesma sofri com isso quando comecei a freqüentar os meus primeiros cursos livres de meio ambiente. Quando ouvi desenvolvimento sustentável pela primeira vez eu pensei: Meu Deus, o que será isso? Eu sempre anotava uma interrogação ao lado das palavras “estranhas” para pesquisar o que era.

No caso acima citado eu pesquisei e li o seguinte: processo que assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações atuais. E pensei: IMPOSSIVEL, ISSO NÃO CABE NO QUE ESTOU ESTUDANDO. E fiz a minha própria interpretação do que era no contexto do curso que eu estava fazendo: causar menor impacto possível no processo de desenvolvimento para que as próximas gerações encontrem um planeta habitável futuramente.

Por essas e outras (muitas outras), hoje, antes de começar qualquer atividade de educação ambiental, seja palestra, workshop, encontro ou mesmo um bate papo com um grupo que não seja de educadores ambientais, a minha primeira ação após me apresentar é: definir conceitos que serão trabalhados no dia. Coloco as palavras soltas e definimos em grupo o que ela significam até surgir um consenso sobre elas. Isto é rápido e ajuda também a integração do grupo.

Explicar de forma didática documentos e fatos históricos como a Eco 92, a Carta da Terra e Agenda 21 é um desafio que também se faz necessário. Tanto quanto definir em grupo, por exemplo, o que é natureza, qualidade de vida, poluição. Cada um tem a sua visão e sua convicção. As pessoas geralmente associam a palavra natureza as florestas, a poluição ao ar e água contaminados, a qualidade de vida a ter dinheiro. Porém nós somos natureza, a poluição pode ser também do solo, visual, sonora e qualidade de vida pode ser viver em harmonia.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA



As sociedades humanas diferem amplamente entre si em termos de cultura, qualidade de vida e condições ambientais e na percepção do significado dessas diferenças. Viver de forma sustentável depende da aceitação do dever da busca de harmonia com as outras pessoas com o seu meio. É comum perceber o não entendimento de que o meio ambiente não é apenas fauna e flora, e que os seres humanos também fazem parte da natureza que é formada também pela cultura humana. A diversidade seja ela cultural ou natural ainda é a maior expressão da Educação Ambiental.

Diante disso é importante ressaltar que uma ação educativa, por melhor que possa parecer, nunca é válida para tudo e todos. A Educação Ambiental busca provocar a mudança de comportamento e atitudes diante do meio ambiente, de forma a possibilitar a melhoria de qualidade de vida. E quanto mais conhecermos a natureza e suas relações com os grupos, mais teremos chances de encontrar formas de orientar a melhor utilização dos recursos disponíveis.

Antes de iniciar um projeto sobre so racional de água nas escolas em que participei, por exemplo, fizemos uma pesquisa de campo junto à comunidade escolar que revelou que a maioria das pessoas afirmava ter consciência de que a água é um recurso importante e precisava ser usada com cuidado. Mas entendemos que essa afirmação, da importância da água, usada isoladamente, parecia não ter a relevância merecida.

A maioria das pessoas sabia citar uma ou outra forma de usar a água com cuidado e várias formas de economia dentro da própria casa, mas não faziam o mesmo na escola porque lá não pagavam pela água. O desafio, nesse caso, foi descobrir e utilizar uma linguagem que desvinculasse o valor monetário da água com seu valor como bem comum, como recurso natural finito.

A abordagem, que no final deu certo, foi para a importância da utilização racional da água potável e manutenção dos equipamentos hidráulicos e não para a “economia” da água, que pelo histórico cultural coletado soaria como economizar o dinheiro da escola. Quando entenderam que falávamos do recurso natural escasso ÁGUA POTÁVEL, várias outras iniciativas surgiram junto às propostas já estabelecidas pelo projeto.

Com isso volto ao início desse post, “as sociedades humanas diferem amplamente entre si e viver de forma sustentável depende da aceitação do dever da busca de harmonia com as outras pessoas com o seu meio”. Ou seja, respeitar a cultura e adequar a linguagem com a qual nos comunicamos com esses grupos quando queremos falar sobre educação ambiental de forma contemporânea faz toda diferença no resultado que pretendemos alcançar. Bom final de semana a tod@s!

sábado, 11 de julho de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO

Estou terminando de ler um livro interessante, o “Comunicação e Estratégias de Mobilização Social” de Marcio Simeone Henriques. Assunto bárbaro, idéias claras, escrito de forma objetiva. Nada daqueles livros feitos de acadêmicos para acadêmicos, onde quem não é da área não consegue “decifrar” o que está escrito. Basicamente, o livro fala o que eu penso, mas lá está de maneira bem mais ordenada, rs. Segundo release do livro, “conscientes de que a mobilização social só é possível quando se conhece e se respeita o processo de ação coletiva em questão, os autores propõem um modelo de análise diagnóstica da comunicação com base nos relacionamentos desenvolvidos pelos envolvidos no movimento social, tendo em vista que não há um modo preestabelecido de intervenção comunicacional aplicável a todos os tipos de movimentos sociais”.

E depois de trabalhar muito em mobilização social, errando e acertando, errando e acertando, errando e acertando, posso afirmar: COMUNICAÇÃO é tudo! E cada trabalho tem que ter o seu planinho básico de comunicação, isto é um fato inquestionável. Hoje considero a comunicação (em seus diversos níveis) necessária em qualquer processo de mobilização, principalmente àqueles com viés ambiental, visto que ainda nos dias atuais as informações sobre meio ambiente ainda são passadas ou tratadas de maneira, no mínimo, equivocada. Neste caso, um plano de comunicação estratégico e focado é mais que necessário, é indispensável.

A educação ambiental quando é feita de forma pontual é efêmera. Para se notar e comprovar resultados, ela precisa ser processual, construída em etapas bem definidas e é isso o que a mobilização atrelada a estratégias de comunicação propõe: um processo dinâmico e permanente de envolvimento, comprometimento e mudança de valores e comportamentos. A mobilização social é o envolvimento ativo do cidadão, da organização social, da empresa nos rumos e acontecimentos em nossa sociedade. Ela se traduz em ações coletivas e pode ser desempenhada de diferentes formas, evidenciando o potencial educativo gerado pela participação ativa do cidadão em todo o processo. Este tem de ser o foco quando se pensar a mobilização.

Com tudo isso quis dizer o seguinte: só uma metodologia participativa e que tenha a comunicação em sua base pode alcançar resultados duradouros e eficazes, objetivo de qualquer educador ambiental. Educação ambiental, comunicação e mobilização são como peças de uma engrenagem, tem que girar juntas... Dá um trabalho danado, não posso negar, mas vale muito a pena!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"A HISTÓRIA DAS COISAS"

Olá! Quanto tempo não?
Ando correndo tanto que não consegui postar o meu texto de quarta feira... enfim, vou fazer melhor que isso. Tenho recebido alguns pedidos de dicas de vídeos e textos para trabalhos relacionados ao meio ambiente e hoje acabei escolhendo um dos meus favoritos para recomendar.
Este vídeo que sugiro, chamado “A história das coisas” é americano*, tem algumas peculiaridades daquela nação, mas ao mesmo tempo mostra de forma realista e didática os problemas sociais e ambientais criados como consequência do nosso hábito consumista.
Ele apresenta por etapas os problemas deste sistema e mostra como podemos revertê-lo, sem fatalismo, sem ameaças vazias ou de forma incompleta.
É um ótimo material para trabalhar a reflexão e o debate com público infanto-juvenil e adulto. Com ele podemos abordar vários assuntos diretos e indiretos e com isso ganha-se em qualidade e quantidade já que a partir dele há a opção de criar planos de aula co-relacionados (como por exemplo: preservação, extração, matérias primas, fabricação, contaminação, poluição, consumo, lixo, ética, cooperação, mobilização etc).

Está disponível em várias versões para download no site
http://www.sununga.com.br/HDC/index.php?topico=download
Bom vídeo e boa aula!
E até semana que vem!


* Dublagem: Nina Garcia

segunda-feira, 22 de junho de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR

A principal dificuldade em se praticar a Educação Ambiental no cotidiano do ambiente escolar se dá na generalizada incompreensão do significado de meio ambiente. É comum perceber o não entendimento de que o meio ambiente não é apenas fauna e flora, e que os seres humanos também fazem parte da natureza. Boa parte daquilo que se diz tratar de Educação Ambiental hoje em dia, na verdade, se identifica com atitudes desvinculadas do contexto no qual se insere ou com o qual interage, alicerçadas em conceitos vazios, palavras ocas ou ativismo irrefletido. Essas ações pontuais são indesejáveis para quem pensa uma Educação Ambiental crítica e transformadora.

No que tange à Educação Ambiental e sua relação com a escola em trabalhar temas atuais percebemos que a tendência a sobrevalorizar as respostas tecnológicas diante dos desafios ambientais acaba por criar uma abordagem despolitizada da temática ambiental, culminando com uma perspectiva limitada ou inexistente sem ênfase nos problemas ligados ao consumo e modos de produção. Falta a relação entre as dimensões sociais e naturais e a contextualização econômica e política em relação à responsabilidade sobre os impactos ambientais, banalizando as noções de cidadania e participação que na prática são reduzidas a uma concepção totalmente passiva. Não podemos simplesmente implantar a coleta seletiva sem antes discutir a extração de matéria prima, utilização de recursos naturais, modos de produção, consumo e descarte de lixo, por exemplo. É preciso problematizar, é preciso haver um processo para que a coleta seletiva faça sentido aos alunos.

Comportamentos ambientalmente e socialmente corretos representam, antes de tudo, a ética no sentido mais amplo de seu significado, ou seja, a ética universal. Isso se refletiria em cumprir o desenvolvimento voltado para a sociedade sustentável, um desenvolvimento que proporcione verdadeiras melhorias na qualidade de vida humana e que, ao mesmo tempo, conserve a vitalidade e a diversidade do planeta. Cada indivíduo precisa compreender que é parte integrante do ambiente e que, através de suas ações, é agente modificador do mesmo, participante da sociedade, interagindo como iguais e compartilhando os mesmos direitos e deveres.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O PACTO GLOBAL


Cada vez mais temos cada vez menos motivos para dizer que não sabemos ou não temos informação e apoio em práticas mais sustentáveis. Ontem pela manhã participei de uma reunião na Fiesp sobre o PACTO GLOBAL, que além de esclarecedora, foi muito didática. E se um dos princípios da Educação Ambiental é dividir e divulgar essas boas informações vamos lá!


O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletidos em 10 princípios. Bárbaro!

Ele foi lançado durante o Fórum Econômico de Davos, em 1999, pelo Secretário-Geral da ONU na época, Kofi Annan que desafiou os líderes empresariais a adotarem o Pacto, tanto em suas práticas corporativas individuais como no apoio às políticas públicas apropriadas. A idéia da criação do Pacto Global considerou que as empresas são protagonistas fundamentais no desenvolvimento social das nações e devem agir com responsabilidade na sociedade com a qual interagem. Nada mais razoável visto que na medida em que se envolvem nesse compromisso, contribuem para criar uma sociedade mais justa e compreendem mais profundamente as oportunidades existentes num contexto social complexo e dinâmico.

A adesão ao Pacto ocorre com a assinatura de um documento em que se estabelece um compromisso da empresa em apoiar em suas práticas de negócios os 10 princípios baseados em quatro eixos: Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anti-Corrupção. Não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais. Não! É simplesmente uma iniciativa voluntária que procura fornecer diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, através de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras. Por isso, todas as empresas do mundo, sem distinção da que área em que atuam nem de que tamanho sejam, são convidadas a participar.

O objetivo do Pacto Global, portanto, é encorajar o alinhamento das políticas e práticas empresariais com os valores e os objetivos aplicáveis internacionalmente e universalmente acordados em quatro áreas que foram escolhidas por possuírem um potencial efetivo para influenciar e gerar mudança positiva, listadas a seguir:

(Direitos Humanos)
1) As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; e
2) Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos. (Trabalho)
3) As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
4) A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
5) A abolição efetiva do trabalho infantil; e
6) Eliminar a discriminação no emprego.
(Meio Ambiente)
7) As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
8) Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; e
9) Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.
(Contra a Corrupção)
10) As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.

Vamos colaborar? Visitem o site, entendam a proposta, divulguem o que já sabem e, se possível, incentivem empresas a aderirem ao Pacto Global! Que tal!?
www.pactoglobal.org.br/

sexta-feira, 5 de junho de 2009

AO DIA DO MEIO AMBIENTE


Que não seja só por um dia, nem só pelas plantas ou pelos bichos, ou pela Amazônia ou pela água. Que não se levante nenhuma bandeira que não seja a da ética e o respeito a tudo que nos rodeia.

Que este dia sirva apenas de alerta, um dia marcado para que possamos refletir, pensar em estratégias para um desenvolvimento voltado para a sociedade sustentável, que proporcione verdadeiras melhorias na qualidade de vida humana e que, ao mesmo tempo, conserve a vitalidade e a diversidade do planeta Terra. Que assim seja!!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O LIXO QUE EVAPORA


Ah se o lixo evaporasse... feito mágica...
Tem gente que acredita que todos os resíduos evaporam a partir do momento que saem da porta de suas casas. Outras que acham que isso não é um “problema seu”, pois pagam impostos e que “se virem” para dar destinos a eles... e blá, blá, blá, blá, blá, blá...

Acontece que o lixo não evapora!!! E É UM “PROBLEMA SEU” SIM!!!!

É um problema seu, meu, de todos nós. O resíduo que sobra é fruto de um algo que adquirimos, essa é que é verdade. Enquanto não nos dermos conta disto, não nos responsabilizaremos por ele, pela parte que já “não interessa mais” a nós. Sei que a destinação dos resíduos é um elemento dificultador. Ou seja, mesmo para aqueles que já foram “tocados” pela responsabilidade sobre seu lixo, ainda faltam políticas públicas, iniciativas privadas e organização social suficientes para dar conta do recado. É aí que mora o maior perigo: o da desmotivação. Não podemos sucumbir minha gente, por favor!!!

Vou dar um exemplo, EU MESMA (e minha família). Hoje nós conseguimos controlar o consumo de água e energia, comprar poucos produtos no mercado e escolher os que levam menos embalagens, utilizar tudo até o final, não desperdiçar alimentos perecíveis, separar TODO o resíduo proveniente de nosso uso, doar coisas em bom estado que não utilizamos mais e por aí afora. Mas confesso, chegar até esse nível não foi fácil, foram anos de erros e acertos. Eu sofria porque não conseguia convencer a família. E para piorar não conseguia organizar essa bagunça. Nem sabia o que fazer com montes de recicláveis e me sentia horrível por isso.

Então... aos poucos, fui descobrindo que sofrer não era parte do pacote. Eu comecei a descobrir maneiras de fazer isso tudo fazer parte do dia-a-dia. Que foi virando hábito da família, que foi virando estilo de vida e hoje tudo é muito natural para nós. Cada um tem que encontrar seu modo, não existe fórmula. Esse é o primeiro passo. O que ainda faltava para nós era descobrir o que fazer com tudo o que sobrava. O que fazer quando esse resíduo tinha que atravessar o portão da nossa casa, visto que na cidade em que moro não havia e nem há coleta seletiva (ainda) e nem cooperativas organizadas...

Hoje eu separo o que posso e levo para cooperativas da cidade vizinha (encho o meu porta-malas e levo até um posto de coleta), e mesmo sabendo que estatisticamente muito pouco é aproveitado, continuo firme e forte no meu propósito. Minha mãe separa para um catador o que lhe interessa, outros conhecidos levam determinados produtos aos mercados que fazem coleta seletiva. E é assim, aos poucos, encontrando maneiras que eu creio que se as pessoas começarem a se responsabilizar pelo seus resíduos sem esperar benefícios monetários ou qualquer outra coisa em troca é que as políticas públicas surgirão, motivando também as iniciativas privadas e outras organizações sociais que possam se beneficiar e beneficiar a cidade e as futuras gerações.
Então vamos pensar no assunto com carinho, começando por não desperdiçar, comprar somente o necessário, dar destino adequado ao que não nos interessa mais... e sem sofrer. Separando os resíduos ao menos entre reciclável e não reciclável...

Uma coisa disso tudo é certa: O LIXO QUE EVAPORA ainda não foi inventado. E se fosse comprometeria ainda mais a camada de ozônio e aumentaria o aquecimento global... então não refrescaria (literalmente) nada, rs!

Começar é urgente, continuar é consequência e manter este estilo de vida logo, logo será inevitável!