sábado, 6 de outubro de 2012

O DIA DA CRIANÇA E O CONSUMISMO



No mês de outubro, há uma data que atualmente é a mais importante para as crianças depois do dia do aniversário e do Natal: o Dia das Crianças. E tem mais, nesse dia roupa não vale, tem que dar brinquedo (pelo menos é isso que a mídia nos diz a todo o momento).
Acho engraçado como arrumam dia para tudo e para todos, e o pior de toda essa história é que as crianças são as mais manipuladas e as mais manipuladoras em relação ao seu dia. A mídia bombardeia os pequenos com informações de brinquedos maravilhosos, itens com super inovações tecnológicas, as marcas são aliadas a famosos personagens... E são inúmeras as mensagens dizendo que a criança “tem que ter” isso ou aquilo para ser popular, ser aceita, ser “da turma” e por aí vai... para SER tem que TER.
E as crianças começam com a chantagem emocional abusiva, com argumentos absurdos e em muitas famílias com birras, pirraças e chateações. Para muitos pais é mais fácil comprar logo o brinquedo do que aguentar a manha, ou ainda mais prático do que dar uma negativa a criança e explicar que não vai ganhar porque não precisa.
Em casa meu filho perguntava para mim desde os 4 anos (hoje com 11): "Mãe, porque todas as outras crianças ganham presente do dia das crianças e eu não?" E eu respondia:
“Porque alguém inventou um dia para todos os pais e mães se enfiarem em lojas de brinquedos lotadas e darem brinquedos na mesma data para todas as crianças. Você ganha brinquedo quando nós achamos algum brinquedo muito bacana, independente do dia ser "da criança" ou não!- trato feito e estabelecido, e sem traumas, rs!
 
 O Instituto Alana desenvolve um trabalho pioneiro e muito sério em relação ao consumismo infantil e que este “é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.” E diz mais, que “ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia nos dias atuais e não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente”.
Ou seja, não é porque não se tem filho que a responsabilidade não seja de todos. Em casa, com os parentes, na escola, no trabalho vamos dizer não a essas imposições absurdas que são colocadas a todas as crianças e adolescentes diariamente. Por uma infancia livre de consumismo! http://infancialivredeconsumismo.com/
 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

DESAFIOS EM PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Muitos fatores podem dificultar o planejamento, implantação e andamento de um projeto de Educação Ambiental, etapas cruciais para que um bom projeto se desenvolva. E tenha certeza de que essas dificuldades vão acontecer. Pode ser apenas parte delas, em maior ou menor grau, em prazos diferentes, em diferentes escalas ou ordens, mas irão acontecer.

Não! Não! Não! Não estou sendo fatalista, nem realista, nem pessimista, muito menos tendo uma crise de vidência. O é caso é que, em todo lugar em que vemos e lemos sobre os projetos, somente nos mostram coisas lindas e resultados maravilhosos, mas ninguém conta a outra parte que não é tão boa. E essa parte "não tão boa" existe sim!

Apesar de muitas vezes essas dificuldades darem um trabalhão, desmotivar ou entristecer, quando é possivel aproveitar o momento difícil e criar oportunidade para aprendizado e consenso coletivo, acabam por impulsionar o projeto e unir ainda mais o grupo. Ou pelo menos a parte do grupo que está empenhada para que as coisas boas aconteçam.

E falo de tudo isso com conhecimento de causa, com o testemunho da dor e a delícia que é coordenar um grupo de pessoas, de seres, de indivíduos que compõem um projeto de educação ambiental, seja qual for a temática estabelecida. Como seres individuais que são, cada qual tem seu jeito e seu modo particular de pensar e de se colocar, e muitas vezes a parte mais difícil do projeto não é estruturá-lo, mas estruturar o grupo e lidar com os conflitos interpessoais e os percalços que aparecem no caminho por este tipo de situação.
Então tome nota da listinha básica com algumas das dificuldades que “sempre” teimam em aparecer. E para que os colegas educadores que estão ingressando na empreitada de iniciar um projeto, por favor não desanimem. Hoje sei da importância de termos consciência disso ANTES, para que fique mais fácil aceitar que esses "poréns" nos acompanharão e, deste modo, poder nos preparar emocionalmente para apaziguar os ânimos quando for necessário e achar soluções que tendam para o entendimento coletivo.
Vamos lá, principais dificuldades em projetos de EA:

• Falta ou não cumprimento de planejamento
• Não aceitação de lideranças que provavelmente irão se destacar
• Relacionamentos conflituosos
• Falta de entendimento do objetivo do projeto 
• Crítica de toda ordem
• Falta de compromisso de alguns participantes
• Maior participação apenas nas atividades prazerosas
• Falta ou sabotagem na comunicação
• Tendência das pessoas a se acharem excluídas das decisões
• Fofocas, ciúmes, fofocas, ciúmes...
• Dificuldade em dar e ouvir opiniões de maneira polida
• Formação de “panelinhas”
• Problemas no registro, coleta e sistematização dos dados
• Sobrecarga de algumas pessoas
• Pessimismo exagerado
• Otimismo exagerado
• Falta de “tempo e espaço” para as reuniões
• Dificuldade em pautar e registrar a ata das reuniões
• Desvio de interesses no decorrer do projeto
• Falta de recursos para as atividades propostas

Ou seja, quando iniciar um projeto de educação ambiental, tem de se estar preparado para lidar com problemas que fazem parte da formação de QUALQUER GRUPO. “Sabendo que os conflitos são inevitáveis, lembre-se que só o que possibilita a convivência é a própria convivência. O que facilita o diálogo é o próprio diálogo. Com firmeza de propósito e autodeterminação é possível construir uma nova forma de articulação social[1].

Finalizo dizendo que a boa comunicação, clara, direta, franca e concisa resolve metade dos problemas e dificuldades que possam porventura surgir. Sem uma comunicação efetiva e continuada, raramente um projeto progride e perdura. Vamos lá colegas, força e coragem!
Sabotadores da Comunicação
“ Julgar, culpar, criticar.
Desmoralizar as pessoas.
Moralizar, ordenar.
Oferecer soluções e resolver problemas,
mais do que simplesmente ouvir.
Questionar excessivamente.
Interromper frases.
Ignorar as preocupações do outro”
Trevor Powell


[1] Jornada de Amor à Terra. Laura Gorresio Roizman e Aparecida Elci Ferreira Ilustrações Darci Campioti. Ed. Palas Athena, 2006.

PS. Participe da nova enquete com um clique. Obrigada!

Texto originalmente publicado em 04/2011

sexta-feira, 20 de abril de 2012

VISÃO HOLÍSTICA, CONCEPÇÃO SISTÊMICA E INTERDISCIPLINARIDADE EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sob o ponto de vista das ciências ambientais, a visão holística, a concepção (ou abordagem) sistêmica e a interdisciplinaridade estão diretamente relacionadas, ou seja, mesmo que não haja de forma clara pontos em comum entre os “conceitos”, estes são interdependentes para que seus aspectos positivos possam somar-se. Eles se inter-relacionam, estabelecendo conexões, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo para resultados efetivos, tanto em pesquisas, ações ou tentativas de solução para as questões mais diversas na área ambiental.

Em se tratando da Educação Ambiental, as ações, atividades ou projetos devem ser planejados de modo a se compreender o “todo” (visão holística), considerar a disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que “funcionam como estrutura organizada” (abordagem sistêmica), com o apoio de diversas áreas do conhecimento e que cada uma dessas áreas atue como parte indispensável no desenvolvimento de um processo dinâmico, integrador e, sobretudo, dialógico (interdisciplinaridade).

Num processo que pode ir da simples comunicação de ideias até a integração recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia, metodologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-los no processo de elaboração do conhecimento, a interdisciplinaridade difere da concepção de multidisciplinaridade, a qual apenas se justapõe conteúdos. Nesse sentido, a interdisciplinaridade não pode ser traduzida como uma teoria geral e absoluta do conhecimento, nem compreendida como uma ciência aplicada. O desafio é assegurar a abordagem através de uma perspectiva holística, onde a valorização é centrada não no que é transmitido, e sim no que é construído, considerando que todos os elementos influenciam e são influenciados reciprocamente, SEMPRE.

*Kovacic, Hegli Serpa. Senac Curitiba. 2008

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOLOGIA E ÉTICA


A ecologia surgiu, no campo das ciências humanas, como uma área voltada para o estudo das relações entre os seres vivos e com ela a noção de ecossistema justamente quando se colocou a necessidade de não ver os seres vivos de modo isolado, mas de perceber as interações que ocorrem nas trocas de energia e matéria, entre o meio e os seres vivos, formando ciclos e fluxos contínuos.

Aplicada a visão transformadora da educação em situações de crise, a ecologia aponta para a busca de compreensão das causas que geram o desequilíbrio nas relações entre os seres vivos, incluindo os comportamentos destrutivos dos humanos. Enquanto fundamento para uma ação educativa, essa compreensão ajuda a identificar alguns pontos onde o espaço habitado com os demais seres vivos foi desviado do equilíbrio do todo, justamente por conseguir estudar estas relações sob a visão holística. A visão ecológica, portanto, é de suma importância no estudo da educação ambiental, pois permite rever a nossa atitude sob a visão da ética que são os valores que orientam as nossas ações pessoais e coletivas, aquilo que julgamos certo e errado, o que valorizamos ou desprezamos em nós mesmos e na natureza.

Podemos ainda pesquisar, conhecer e analisar, nos inspirando em muitos exemplos de outras culturas diferentes da nossa, que criaram e ainda preservam modelos ecológicos de compartilhamento do espaço ambiental em perfeito equilíbrio. Numa visão mais abrangente, podemos afirmar que ética e ecologia são inseparáveis. Há sociedades, por exemplo, onde a natureza é alvo de uma reciprocidade, onde os sentimentos, afetos e gestos humanos se dirigem aos demais seres vivos, vegetais, minerais e outros componentes da natureza.

Dentro da proposta da Educação Ambiental, quando damos ênfase à Ecologia, estamos ressaltando o fato de que cabe a espécie humana a responsabilidade pela preservação ou destruição da vida no nosso planeta. Educação Ambiental, Ecologia e Ética juntas representam uma tendência na mudança de valores e comportamentos que são pontos fundamentais para enfrentar o caos ambiental, fruto de uma espécie de patologia maligna coletiva que contaminou a consciência humana. Aliás, que seja no mínimo amenizada já que não pode ser revertida. É tempo de pensar seriamente sobre isso não acham?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MUDANÇA DE HÁBITO - PARTE 2


Em agosto de 2009 eu fiz neste blog um questionamento a mim mesma e também as pessoas que pretendem se envolver com a educação ambiental: “será que fazemos a nossa mudança antes de propor isso aos outros?”
Nesse texto eu listava hábitos bons que eu já tinha e outros que eu precisava modificar ou melhorar, afinal eram hábitos cultivados durante muito tempo, que são difíceis de mudar, mas não são impossíveis. E com grande satisfação percebo que melhorei um bocadinho mais. Então, hoje, incluido mais alguns itens nas duas listas:

-meus bons hábitos são
1-
Aproveitar bem os alimentos frescos incluindo sempre que possível casca, talo e folhas
2-Fechar a torneira ao escovar os dentes
3-Doar roupas, sapatos e acessórios quando comprar algo novo
4-Sempre que possível dispensar o uso de descartáveis
5-Sempre apagar a luz ao sair dos ambientes
6-Comprar peças em brechós
7-Comprar livros em sebos
8-Utilizar o máximo possível a luz do sol para iluminar os ambientes
9-
Tomar banhos curtos
10-Comer carne no máximo uma vez por semana
11-Usar a vassoura e balde ao invés de mangueira
12-Utilizar folha de papel imprimindo dos dois lados
13-Evitar mercadorias com muitas embalagens
14-Reaproveitar alimentos transformando-os em sopas, caldos ou bolinhos
15-Separar corretamente o lixo para reciclagem
16-Usar a água da lavagem de roupa para lavar o quintal
17-Lavar roupa aproveitando a carga máxima da máquina
18-Passar a roupa uma vez por semana
19-Usar sacolas de pano para fazer compras
20-Usar menos produtos de limpeza 
21-Usar menos papel toalha e guardanapo de papel
22-Fazer revisão do carro para garantir menor poluição ao ar
23-Consumir menos alimentos industrializados e mais alimentos orgânicos

- o que preciso melhorar (ainda)
1-Preferir embalagens retornáveis
2-Trocar o restante das lâmpadas da casa de incandescentes por fluorescente
3-Utilizar menos o carro (andar mais a pé)
4-Usar menos o ar condicionado do carro
5-Abrir menos a geladeira e o freezer
6-Lembrar de tirar o carregador do celular da tomada
7-Lembrar de tirar aparelhos do stand by quando terminar de utilizá-los

E você, já fez a sua lista? Que tal começar agora...